terça-feira, julho 06, 2004
Mis en scène
Mis en scène, misancéne, mizancene____ MIS EN SCÈNE!
Há uns anos ria-me muito com uns amigos do meu avô cuja palavra preferida (in the whole wide world!) era "alguidar". Tanto que era esse o nome que queriam dar à filha que iam ter. Não sei o que lhes aconteceu, nem se a filha sempre dá pelo nome de Alguidar. De cada vez que recordo esta história recordo também as minhas próprias idiossincrasias, e em especial a que se refere à inexplicável relação que mantenho com a expressão "MIS EN SCÈNE".
Sempre me fascinou, mesmo antes de lhe conhecer o significado, mesmo antes de lhe dar corpo. Diria até, mais, antes de tudo isso. Antes de a consporcar. Até aí ela era uma expressão mítica e de uma complexidade só minha, onde cabiam os meus sonhos, e talvez já nessa altura também os desejos, perversões. Tinha um certo cariz erótico.
Transportava-me para onde tudo era possível e era certo e onde as justificações são as vontades e as razões. O palco da sala do lado. O palco onde as representações não interessam, o público não está, e portanto não são precisos os críticos. O palco por eles esquecido e ignorado.
Tenho pena que tenha perdido parte dessa carga. Mantém a beleza fonética e melódica, a força de metáfora incontornável por aquilo que foi, mas perdeu o mistério e a omnipotência.
Deixo aqui "Ma Mère", mis en scène por Christophe Honoré e com a sempre impressionante Isabelle Huppert, não será genial por certo...
Food for MY thought: Não existe (em abstracto) a preversão.
Um acto só terá consequência se a ele sobrevivermos. Só aí poderá ser julgado, valorizado. Só aí terá passado de facto a acto.
Os factos só são relevantes quando impactam nas telas das relações, quando as alimentam e as moldam qual bonsai.
Esse é o perigo, esse é o desafio!
E é bom.
Há uns anos ria-me muito com uns amigos do meu avô cuja palavra preferida (in the whole wide world!) era "alguidar". Tanto que era esse o nome que queriam dar à filha que iam ter. Não sei o que lhes aconteceu, nem se a filha sempre dá pelo nome de Alguidar. De cada vez que recordo esta história recordo também as minhas próprias idiossincrasias, e em especial a que se refere à inexplicável relação que mantenho com a expressão "MIS EN SCÈNE".
Sempre me fascinou, mesmo antes de lhe conhecer o significado, mesmo antes de lhe dar corpo. Diria até, mais, antes de tudo isso. Antes de a consporcar. Até aí ela era uma expressão mítica e de uma complexidade só minha, onde cabiam os meus sonhos, e talvez já nessa altura também os desejos, perversões. Tinha um certo cariz erótico.
Transportava-me para onde tudo era possível e era certo e onde as justificações são as vontades e as razões. O palco da sala do lado. O palco onde as representações não interessam, o público não está, e portanto não são precisos os críticos. O palco por eles esquecido e ignorado.
Tenho pena que tenha perdido parte dessa carga. Mantém a beleza fonética e melódica, a força de metáfora incontornável por aquilo que foi, mas perdeu o mistério e a omnipotência.
Deixo aqui "Ma Mère", mis en scène por Christophe Honoré e com a sempre impressionante Isabelle Huppert, não será genial por certo...
Food for MY thought: Não existe (em abstracto) a preversão.
Um acto só terá consequência se a ele sobrevivermos. Só aí poderá ser julgado, valorizado. Só aí terá passado de facto a acto.
Os factos só são relevantes quando impactam nas telas das relações, quando as alimentam e as moldam qual bonsai.
Esse é o perigo, esse é o desafio!
E é bom.
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