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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Digestivo 

Como que em jeito de digestivo, depois de um delicioso jantar onde o cus cus, o atum fumado ou em pimenta, o pesto e todas as restantes iguarias travaram uma luta titânica pelo primeiro lugar no podium da delícia, venho apenas espraiar a minha preguiça e brindar a momentos bem passados.

Entre fotografias eróticas de homens e mulheres acariciando-se, penetrando-se, mãos cheias de mulheres satisfazendo homens, satisfazendo-se entre si, só a si, entre abelhas rainhas, mestras da reprodução, animais monogâmicos e Homens muito pouco monogâmicos, surge a luxúria, o prazer contra a função. Neste campo só podemos ter regredido, ...e ainda bem!. Se no início era o prazer sem imposições ou construções morais, já passámos com certeza o pico dos espartilhos sociais. No fundo estamos a regredir, aproximando-nos novamente da idade da pedra. A fatia do prazer no bolo de cada um é cada vez maior. Estamos portanto todos a ficar mais básicos, mais animais, mas animais que pensam sobre sê-lo e que o escolhem. Tudo é normal, tudo é racionalizável e só seguimos este caminho porque na estrada do lado estava um camião de recolha do lixo parado. Não queríamos esperar! Já devemos ter feito inversão de marcha para ir experimentar a tal estrada agora sem camião.

É bom fazer amigos novos!

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Feher

Disse a mim própria, não entres por aí, mas não consigo... Bolas! Não sou insensível. Não gosto nem desgosto de futebol, é-me indiferente.
Aquilo de que desgosto é do país em que nos estamos a transformar. Já não bastava os casos Cruzes, agora também entrevistamos velhinhas às portas dos estádios de futebol que choram copiosamente por quem nunca antes tinham visto. Não estaremos nós a banalizar um pouco demais os sentimentos?
O que levará ao estádio numa noite chuvosa as senhoras de setenta anos, bigode mal aparado e lenço à cabeça e no que pensarão elas ao serem entrevistadas por um qualquer imberbe da TVI ou equivalente?

Já há uns anos atrás me tinha feito essa mesma pergunta, mas nessa altura a personagem era a princesa Diana. Dei por mim a chorar por alguém que nunca conheci e perguntei-me se faria algum sentido. Desculpei-me. Era boa pessoa, simpática, ou empática talvez. Vi-a tantas vezes na televisão que já lhe conhecia a raça, em jeito de telenovela. Mas diga-se a bem da verdade que não fui a Paris, não fui a Londres e não teria ido sequer à praça de Londres.
Suponho que não haja um stock limitado de dor, assim como não há stock limitado de amor. Mas também não andamos para aí a distribuir indiscriminadamente o nosso amor pelo resto do maranhal.
Se amar toda a gente não amarei ninguém verdadeiramente. Aceite este pressuposto, parece-me óbvio que, se chorar por todos nenhum terá sido nunca verdadeiramente sentido e homenageado.
Quero fazer dos meus próximos a minha elite. É só isso que tenho para lhes oferecer.
Somos todos crescidinhos, a morte acontece e é sempre triste. Mas talvez fosse melhor que não nos transformassemos num país de carpideiras em troca de uns segundos de ribalta na caixinha mágica.
Somos uma raça esquisita!

terça-feira, janeiro 27, 2004

Ultrapassada que está a barreira do primeiro Post no Blog, tudo me parece mais fácil. Murmuro baixinho "...ainda bem que não fui eu, quer dizer, talvez também gostasse de ter sido...", é sempre mais fácil falar dos ses que já não podem ser certezas.
Às vezes espanto-me com a capacidade humana, se não mesmo só com a minha, para dar segundos e terceiros sentidos a tudo. Para fazer de quase tudo o que está mais à mão um pretexto para um novo começo, mais uma oportunidade para corrigir este estúpido sentimento de que alguma coisa podia ter saído muito melhor, para voltar à casa de partida e ter de novo a folha em branco, onde ainda tudo são possibilidades.
Pois é, até com este Blog me consegui convencer de que é agora que mais uma peça se encaixará num puzzle elaboradíssimo que comporá eventualmente os caprichos de quem tem pouco mais que fazer que tentar perceber as falhas do seu próprio sistema.
Era uma das peças que faltava, menos um ponto post-definido numa check-list aleatória e de humores. No fundo, tudo o que faço acaba por ser assim, e não devo ser muito diferente de todos os outros. Pois porquê preocupar-me? Declaro-me bloggista (será que existe?) e pronto! ... Que me faça bom proveito!
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