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terça-feira, agosto 17, 2004

Era uma vez no Gerês 

"A indiferença, que ocupava já tanto espaço dentro de mim, deixava de encontrar resistência e alastrava a sua esclerose. Nada de emoções! Um humor igual, ou antes, humor nenhum. "

Camus - A Queda

Assim me sentia, até que por magia, na noite das bruxas...

...o elixir da boa disposição, e "don't worry, be happy", e um embalo bom.

Veio-me à memória uma frase batida, hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!*

* Com o devido agradecimento a Sérgio Godinho, que certamente não se importará com a minha abusiva utilização da sua obra.


segunda-feira, agosto 16, 2004

Vivam as memórias! 

Imaginem-me lá ...ora para um lado, ora para o outro... oh, vida boa!



sexta-feira, agosto 06, 2004

The code is everywhere... 


HOMENS / MULHERES


... e assim começam para mim as paranóias e as teorias da conspiração... como é fácil...

Parece-me também que começo a enfermar da doença do link.

Andava à procura de mochilas... 


preferi as t-shirts


Afinal nem só o Michael Moore...

quarta-feira, agosto 04, 2004

Tertúlias às terças 

Imaginem um grupo daqueles que achamos culturalmente ignorantes, drs e não drs pouco esforçados e nada interessados, empregadas da limpeza, pedreiros, homens do lixo, ... sentados a uma mesa a discutir qualquer outra coisa que não futebol ou telenovelas.

A imagem não parece muito apelativa.

Imaginem agora um grupo daqueles que achamos culturalmente iluminados, críticos de cinema, comentadores políticos, diletantes da vida que de tudo um pouco falam, jornalistas-escritores-professores-chefes-faztudos, ... - intelectuais a quem chamamos pseudo - sentados também a uma mesa a comentar a corrente existencialista e a qualidade poética do novo filme de Lionel Vieira, a localização geográfica da estação de tratamento de águas residuais da zona de influência do Parque Natural da Ria Formosa, a relevância do modelo dos submarinos a serem comprados pelo Ministério da Defesa e o plano de financiamento que deve ser negociado.

Uma visão quase tão pouco apelativa como a anterior.

Peço-vos apenas mais um esforço. Peço-vos que imaginem ainda, e por último, de novo um grupo sentado a uma mesa, mas desta feita composto por jovens adultos seguros de si, das suas capacidades, recusando a carapuça da pseudo-intectualidade, falando de igual para igual não com ou para aqueles a que chamam intelectuais mas sim deles. Criticando sem restrições a sua soberba e distanciamento da vida curriqueira, e a força da voz que a sociedade lhes dá.
Criticando também os ignorantes pela sua estupidez e o sistema por os criar.

Falando sempre "neles". Eles isto. Eles aquilo. São sempre assim. Fazem sempre assado. Acham sempre frito.

Eles são os outros. Todos que não eles. E enquanto falam, debitam incessantemente os nomes dos intelectuais que criticam, os livros ou artigos que leram e que são inqualificáveis, os programas para ignorantes que não vêem mas espreitam para poder comentar, o sistema que está todo mal e as melhores soluções para problemas que eles, que são gente normal sabem resolver muito melhor que os outros porque se interessam e porque estudaram e porque os intelectuais falam do que não sabem.

Enquanto isto, pensam de si para si: sou mesmo bom, qualquer dia vou ser tão reconhecido como aquele ou o outro intelectual e vamos ser amigos e já não vou poder dizer mal dele. Nunca lá chegam, mas cagam sentenças ainda com maior propriedade.

Esta é sem dúvida a pior das visões!

Preocupada tento encontrar uma outra mesa com um outro grupo. Reparo que já estou sentada. Olho para o grupo à minha volta e tento identificá-lo, identificar-me... esperançada numa conclusão que me integre numa outra categoria. Dou por mim a dizer essas mesmas coisas, olho para o lado e ouço-as como um eco.

É triste esta nossa condição. Para quem já inventou uma terceira via, não devia ser muito difícil pensar numa quarta...

O melhor mesmo é ficar na praia, comer gelados e não pensar mais no assunto. Alguém com certeza o fará...

terça-feira, agosto 03, 2004

Venderão pedras de Mercúrio no Pingo Doce? 

Haverá vida para além do CÓDIGO?
Há alguns posts atrás preocupava-me com a depressão pós-Euro/José Manuel Barroso. Hoje, no dia da ressaca, preocupo-me comigo e com a eminente depressão pós Brown.

Em Mercúrio não haverá vida, talvez muito ferro e muita densidade. Não teremos então lá que nos preocupar com a origem das coisas e com a verdade da História, da sequência de lendas que aceitamos por verdadeiras.

Por cá talvez não nos devamos também preocupar, mas não consigo deixar de sentir um pesado nervosismo pelo peso da ignorância... nada mais me resta senão atirar-me à História, devorar o passado para aconchegar esta inquietação que é a vontade de descobrir uma muito mais empolgante novela de Cristo e dos Homens - criar uma Caras do início dos tempos ou do fim dos dias.

Este assim podia ser o meu credo!

Non-upgraded version 

Em tom de resposta ao mui caro leitor Fantasma da Ópera, porque a discussão traz quase sempre novo conhecimento ou renovada consciência, e porque a tecnologia utilizada a um novo post obriga.

Pela parte que me toca muito agradeço a consideração e apreço que revela pela nossa humilde casa e agradeço também a oportunidade para uma reflexão mais profunda sobre uma qualquer "res" ou mesmo apenas para um exercício de verborreia que permita o desemperrar da mente em simultâneo com a decoração desta tão querida casa tornando-a menos despida ou mais cheia de traquitanas.

"As melhores coisas da vida não são coisas"

Admito que um primeiro olhar sobre a reflexão que aqui o trouxe não me desperta grande curiosidade até porque me parece demasiadamente óbvia.
Um erro claramente! Facilmente se conclui pela experiência que as evidências mais óbvias são aquelas que se mostram de mais difícil justificação.

Cortando e deixando aqui algumas postas da minha pescada:
Mesmo para quem as melhores coisas são efectivamente coisas, não são estas que são as melhores, mas as suas repercussões.
O objecto, facto ou acto por si sós não serão provavelmente passíveis de avaliação ou adjectivação. A sua qualificação e adjectivação dependerá em todos os casos do seu impacto nas sensibilidades do sujeito.

Haverá, com certeza, actos, objectos ou factos - coisas - cujos impactos no sujeito são mais universais, generalizados ou até (...um pouco a medo) objectivos, mas não me parece que tal observação empírica possa ser explicada por alguma característica desta categoria de coisas, mas antes de um contexto moral e social que torna as consciências e sensibilidades dos sujeitos sobre as mesmas muito aproximadas.

Assim sendo, a melhor coisa da vida somos nós?
Se as sensibilidades nos pertencem e são, em cada um, únicas, e aquilo que transforma e dá relevância à res é a "qualidade" dessa mesma sensibilidade, chego indubitavelmente à conclusão de que a coisa é tanto melhor quanto nós a fizermos, pelo que a melhor coisa não é coisa, é a melhor sensação ou sentimento, é a melhor sensibilidade.
Sendo as sensibilidades pessoais e intransmissíveis, a melhor coisa somos mesmo nós.

O que me leva a concluir que a afirmação resulta e demonstra não uma bondade insofismável, mas sim ___________um insofismável egoísmo!
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